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Foto do escritorRuan Coelho

A Mulher Conquistense

Matéria de Emilly Joazeiro, Fernanda Campodonio, Gabriel Silva e Raquel Gomes

 


Há 37 anos, a Horta Comunitária do Kadija fornece produtos orgânicos para a população da comunidade. Dentre 40 trabalhadores, apenas dois são homens e todas as outras são mulheres que plantam, colhem e vendem, diariamente, produtos frescos e sem agrotóxico para os moradores do próprio bairro e de outras localidades da cidade. A Horta é mantida graças as vendas e investimentos dos próprios agricultores, já que, segundo eles, a gestão do município não os auxilia em nada. Dona Carlinda França da Silva, de 67 anos, que ajudou a fundar a horta e até hoje cuida de sua primeira lera no local conta: “Nós começamos aqui em 1984, eu participei do mutirão de limpeza, cessei meu pedaço de terra e plantei minhas hortaliças. Nós éramos em quase 100 pessoas naquele dia, mais da metade eram mulheres. Graças a Deus, as plantas vingaram e estamos aqui até hoje.”. Dona Carlinda também explica: “Tudo que planto eu vendo aqui mesmo, o cliente vem, escolhe o que quer levar, eu colho, entrego e o negócio está feito.”.


Lucilene Alves A senhora Lucilene, de 52 anos, é uma figura conhecida por muitos e, quando a conhecemos, ela se encontrava cuidando de suas alfaces, coentros e salsas. Ela trabalha há mais de quatro anos na Horta para complementar a renda de casa, ela relata que trabalha com agricultura desde criança, junto com seus pais. Em uma breve conversa, muito tímida, Lucilene afirmou: “Com isso aqui, complemento minha renda em casa e por mais que o dinheirinho que faço aqui não sustenta a casa, já ajuda um tanto.”. A agricultora também contou como o ambiente e atividades dentro da horta a ajudou em outra área da vida além da financeira: “Cuidar das minhas coisinhas aqui é terapêutico. A convivência com o povo aqui é muito boa também, é como se fossem minha segunda família. Me dou bem com todos e acho importante, né? Já que convivemos todos os dias aqui, um ajudando o outro.”.


Dona Maria Dona Maria, ou “Vó” , como é chamada por vários de seus colegas e conhecidos, é uma senhora de 76 anos que trabalha na venda de verduras, frutas e folhas no Ceasa. Sua rotina, bastante movimentada, começa com ela acordando às 3h, para conseguir alimentar suas galinhas e fazer café para ela e “seu velho”, já que por morar na zona rural da cidade, em Lagoa Formosa, ela não se pode dar o luxo de perder o horário tipo do transporte e consequentemente perder um dia de trabalho.


Dona Maria enxerga seu trabalho como um passatempo, não consegue imaginar um dia em que não esteja presente lá vendendo e conversando com as pessoas. Ela comenta que todos a chamam de vó por conta da sua imagem e do carinho que trata e transmite a todos que passam por seu ponto, tanto que, sua barraca é conhecida no local por “Barraca da Vó”. Anteriormente, sua única fonte de renda era a plantação de mandioca, de sua própria casa, sendo ela responsável por todo processo de plantação e colheita, mas ela passou a se estabelecer na feira por uma melhor qualidade de trabalho. Apesar de não ter uma vida nada fácil, Dona Maria esbanja simpatia, com um sorriso quase constante estampado no rosto. Por fim, comentou que se firmou tão bem no local onde trabalha há tantos anos, por sempre olhar para seu trabalho, e nunca cobiçar o que os outros tem. Ela possui 2 filhos que trabalham como motoboys e 3 netas, e espera que sua família cresça muito mais.

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